Arquivo | janeiro 2013

UM BEIJO…

BEIJO (1)

A gente não devia ter dado o primeiro beijo. Aquele beijo bom, com gosto de quero mais e molhado de clichês que depois invadiriam nossas rotinas, deveria ter sido evitado. Como nos beijamos, passamos para a expectativa do próximo encontro. Que deveria ter sido evitado também. Aquele encontro bom, gostoso, tranquilo, tudo porque você me tratava bem e me queria por perto. Nunca poderia ter ocorrido. Passamos de fase.
A primeira vez que dormimos juntos, de conchinha, abraçados, essa noite não tinha que ter existido. Ali, duas almas se tocando e se entendendo pelo toque os dedos dos pés se davam. Essa noite, se abdicada, não teria nos levado à primeira transa. Aquela cheia de vontade em que despejávamos muito de nós e de toda intimidade que tínhamos adquirido um com o outro. Não podíamos ter feito aquilo. Pulamos de fase.
O encontro com os seus pais, que eu tanto temia, deveria ser riscado da história. Não que eu tivesse medo que ficasse sério, ou mesmo que tivesse, mas tiraria de nós a expectativa por esse mesmo lance de seriedade. Não deu. Logo depois veio mais um encontro, com mais uma noite, mais beijos e mais transa. E mais a gente se afundava dentro de nós. Suponho que tudo isso não deveria ter acontecido. Mas aconteceu.
Não podíamos ter sentido saudade, não deveríamos ter nos achados completos um com o outro, não era justo criar sempre mais e mais expectativas. Teríamos evitado os meus erros, as suas mágoas, nossas angústias e todo o choro que veio depois. Aquele último encontro, antes da gota d’água, era ali que o destino deveria ter mudado. Mas, com mais um deslize aqui, se perdeu esse caminho.
Tudo não deveria ter acontecido porque eu queria evitar ao máximo chegar onde estou hoje. Não devo, não posso, não quero que aconteça, que ocorra, queria poder fazer diferente. Mas não dá. Eu aqui, do lado de toda a saudade que não deveria carregar, te amo com toda a força que meu coração consegue suportar.

O TEMPO COMO REMÉDIO…

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Aí o cara diz que desiste. Que tentou mostrar que ama, que não sabe como fazer pra outra pessoa confiar, que quer que ela seja feliz e começa a bancar a vítima dizendo que não soube mesmo amá-la, que ela merece outra pessoa. Nossa. Pára. Às vezes, simplesmente, não deu certo. Dói, é chato, a gente fica na fossa, mas como já disseram milhões de vezes, passa. Aí o cara manda indireta. Chega ao cúmul…o de virar uma criança em corpo de adulto e começa com todas as infantilidades que existem. Evita o contato, vira a cara se encontra na rua, fala mal dela pros amigos. A ferida sempre aberta e o choro sempre solto. Acontece. As pessoas reagem de formas diferentes aos encontrões da vida. Tem gente que chora baixinho, pra si, e tudo bem. Tem quem faça isso aí. E não se assustem se eu trocasse todos os “cara” por “ela”. Mulher também reage assim. Até pior. Só não concordo com quem pensa em fazer mal. Coisa estúpida. A outra pessoa querendo seguir e vem uma pessoa idiota e pensa “se não for comigo, não vai ser com ninguém”. Hã? Tem sentido isso? NÃO! Mil vezes não. Persista no amor, mas se pra um dos dois acabou, não vai ser fazendo mal a ela que o sentimento pode voltar. Muito pelo contrário. O que poderia ser um carinho pelas coisas boas que tiveram vira raiva. Desiste, amigo. Tira o time de campo e se prepara porque outra pessoa pode até já ter entrado na sua vida e você não viu. Agora, segue. E deixa o outro seguir. Se houve um amor ali, mesmo que agora seja nada, guarde o que passou. Junto com qualquer ato de agressividade você destrói, não apenas a história que teve com alguém, mas a vida de muitas pessoas que cercam quem você diz que ama tanto.