Arquivo | março 2012

AO MEU AMOR

Não existe amor que se possa medir, ele é para ser sentido e não mensurado.
Amor não fere, arranha, castiga, ou desmonta, o Amor cura, faz brilhar, perdoa e constrói. Amor incendeia sem fogo e enxágua sem água. Amor encandeia com um feixe e nunca faz cegar, mas faz mudar o impossível… Ah se faz…
O amor é música que nos faz cantar, é a melhor parte, é o refrão…
Amor é quietude é calmaria em meio a um turbilhão…
O amor tem cor e, não é o cinza
é o vermelho mesmo…
Vermelho sangue, vermelho coração.
O amor é de fato e não de costume
Não se costuma amar, apenas se ama e só.
Pontos finais…
O amor é verbo conjugado a dois,
Sempre a dois…
Amor é isso e nunca aquilo
Pois o amor é certo, é aqui, nunca ali
Distante…
O amor é um pedir de desligar as luzes, é um “vem pra cá ficar comigo”
É um segurar de mãos firmes
É um mesmo tom para duas respirações.
É ceder…
É buscar a própria felicidade na realização do outro.
É ter convicção do que se quer
E mais…
É correr atrás, sem desistir, sem lamentar é recomeçar sempre que precisar tendo fé e olhos no alto.
Amor, é nunca se sentir só…
E torna-se incrível por ser totalmente simples e gigante, por caber num coração…
E sua melhor definição é essa:
Amor só se compara a uma coisa…
Ao próprio amor.

AMOR OU PAIXÃO?

 

Muitas vezes paramos para refletir sobre um relacionamento, se o que estamos sentindo é paixão ou realmente amor. Pois, muitas pessoas dizem que esses sentimentos são totalmente diferentes, outras já preferem afirmar que eles se completam, e há ainda aquelas que acham que um é o resultado do outro. Vamos então saber a diferença entre esses dois sentimentos tão intensos e maravilhosos, segundo alguns conceitos. De acordo com pessoas que viveram relacionamentos intensos e tiveram diversas experiências no campo amoroso a paixão é euforia, súbita, loucura, é como um vendaval que chega agressivamente e destrói tudo a sua volta. É um sentimento que chega com mais intensidade e se acaba mais rapidamente. Já o amor é duradouro, chega com calma, cresce de maneira progressiva, como uma brisa. Enquanto que na paixão pode haver dúvidas e dor, no amor há saúde e certeza do sentimento. No amor as pessoas são cúmplices, cuidadosas umas com as outras, já a paixão é totalmente egocêntrica e escandalosa. O amor é o fato de aceitar a outra pessoa com os seus devidos defeitos, aceitar que somos diferentes uns dos outros, e conviver bem com essas diferenças, já que realmente o que atrai um casal é o que um tem e o outro não. Sem duvida nenhuma que o amor é um sentimento mais concreto, mais estável e duradouro, mas a paixão também tem seus pontos positivos, e cá pra nós que é muito bom também viver uma paixão arrebatadora, e quem sabe ela não possa se transformar em um amor verdadeiro.

SONHOS E DESEJOS

Sonhei com você em noites frias, quentes, difíceis, tristes, felizes ou até mesmo em noites que nunca existiram; sonhei com você a cada amanhecer, a cada anoitecer;
sonhei com você a cada nuvem que desenhava um coração, a cada passo que me levava a solidão; sonhei com você a cada estrela que brilhava no céu, a cada momento escrito no papel.


Pensei em você sempre quando sentia meu coração batendo forte, pensei em você nas vezes em que eu via um amor perfeito sendo vivido, pensei em você nos momentos mais felizes que passei, pensei em você que, mesmo longe estava o tempo todo ao meu lado; pensei em você quando vi que o mundo podia ser meu, pensei em você quando descobri que eu podia fazer da vida um paraíso.

Aí eu lembrei que as dificuldades existem para serem superadas, que remar junto faz a correnteza ser suave e que com você é possível viver feliz!

Beijos com sabor de desejo (e muita saudade)…

EU SÓ TE QUERO

A grande questão que sempre pesa antes de se entrar em um relacionamento é o fator “será que ele/ela vai me fazer feliz?”. Com essa premissa inicial, a tendência é que você escolha alguém de quem goste, com a qual se sinta bem, que esteja disposto a estar ali por você e que te faça se sentir como nunca se sentiu antes – ou, pra ser menos hiperbólico, que te faça se sentir bem e feliz. O problema aqui reside em como você deposita os seus objetivos, as expectativas e as projeções numa única pessoa e a torna cofre de um monte de sentimentos que pertencem a você. E que, consequentemente, deveriam estar sob a sua responsabilidade.

Existe uma tendência a se depositar sentimentos e atribuir responsabilidades a quem está conosco numa relação. Nada mais óbvio, é claro. Mas parece que a maioria de nós se esquece de que seres humanos não são seres estáticos. Para cada ação, uma reação diferente. Para cada pensamento, um movimento que implica em alguma consequência. E nessa de achar que o outro é o responsável pela nossa felicidade (pelo humor, ou até mesmo pela condição física que apresentamos), acabamos por nos tornar prisioneiros de uma ordem que funciona assim: ele/ela faz alguma coisa e eu sou atingido diretamente por isso.

Não falo de cumplicidade. Pelo contrário, cumplicidade é quando a gente divide a conta de responsabilidade em 50% para cada um. Quando a gente faz alguém de repouso ou de porto seguro, a gente acaba se condicionando a uma relação de hierarquia com quem amamos. Aquele tipo de relação que, quando acaba, leva tudo de nós embora e não deixa nada. Porque não soubemos realizar o nosso papel de participante no relacionamento e “entregamos de bandeja” todas as nossas vontades e o desejo de que alguém nos faça feliz. Usar alguém como repouso é um dos fatores que alimentam a velha suposição de que mais ninguém no mundo vai fazê-lo feliz depois de uma pessoa. O sentimento de felicidade (assim como outros sentimentos) é mutável e não deveria ser utilizado para culpar ou projetar responsabilidades em alguém que não a si mesmo.

Quando você se repousa em alguém, você decreta a si mesmo um contrato de permanência. Você não tem liberdade para descobrir novas formas de desenvolver seus sentimentos e acaba por regular o que sente à ação do outro. É confortável essa medida passional de abrir mão e declarar ao outro a sua guarda, ao mesmo tempo em que o torna dependente direto. E daí nasce a expectativa como a gente vivencia: ele/ela pode me fazer feliz e eu serei feliz apenas com ela/ele. É a condição de achar que só se obtém felicidade pela ação do outro e desconsiderar a sua própria. Mas nada é certo, nada garante que o outro tenha as mesmas certezas e se sinta responsável pelo o que você sente. E sobre a premissa inicial da escolha de alguém, acho que a pergunta correta deveria ser: será que eu posso me fazer feliz e levar um relacionamento que dependa tanto de mim quanto da outra pessoa para dar certo? É melhor que repousar num porto seguro e naufragar da mesma forma.

ACREDITE NA FELICIDADE


Reclamar da vida é um vício pior que café ou cigarro. Principalmente em lugares onde o caos reina, como nas grandes cidades, estar feliz ou buscar a felicidade é visto como uncool, como besteira de gente que não vive com os pés na Terra. O cara que aplaude o pôr-do-sol é visto como louco – o que reclama do calor do verão e do frio do inverno, não. Porque, pra alguns, bom mesmo é reclamar da vida, usar o FB e o twitter como muro de lamentações, cultuar o lado negro da nossa existência. Afinal, pouca gente consegue lidar com a leveza da felicidade.

Sempre é difícil falar de sentimentos, pois eles não podem ser descritos por palavras. Principalmente para nós, que deixamos de lados nossos outros sentidos, e confiamos nas transmissões de ideias e sentimentos através da fala. Daí a gente passa a vida toda tentando explicar fenômenos como a felicidade. O que significa ser feliz? É possível sermos felizes ou somente estarmos felizes? Essa questão é tão complexa, que em idiomas como na língua inglesa, ser e estar é uma coisa só – “We are happy” pode ser tanto somos felizes, como estamos felizes.

Eu vejo uma grande diferença entre os dois termos.

Acredito, humildemente, que felicidade é algo que se busca todos os dias. Temos uma mania nociva que tende a nos levar pra baixo em muitos momentos da vida. Vemos sempre mais razões para reclamar das coisas, do que para celebrá-las. É aquela história de ver o copo meio vazio ou meio cheio. Como quando acordamos atrasados para ir trabalhar e, ao chegar na garagem, a bateria do carro acabou. Como seres mimados que somos, reclamamos que a vida é injusta, que isso tem que acontecer justamente com a gente, bem no dia que estávamos atrasados. Estupidamente, reclamamos da vida quando deveríamos dizer – “Acabou a bateria, mas UFA, que bom que eu tenho pernas pra andar até o metro e dinheiro para pagar minha passagem. E são exemplos assim que me fazem pensar na metáfora da bifurcação, quando pensamos em felicidade – o tempo todo, somos sujeitados a situações nas quais nos vemos em frente a uma bifurcação. Como no caso do carro sem bateria – assim que você constata o problema, você fica de frente para duas estradas – a do lado negro (e mais tentadora) que é reclamar, mal-dizer, ficar de mau-humor. E a do lado da luz – pensar que sempre poderia se pior e agradecer por todos os outros presentes que a vida te dá.

A sua escolha nesses momentos, determina o caminho que você traça diariamente na sua vida. Ora, pois se nesse exato momento, você está onde está, isso se deve a suas escolhas – sejam elas boas ou ruins. Se você sempre escolhe o lado negro, você vai entrando num túnel de sombra, que deixa seus dias pesados, dolorosos, sofridos. Seu mau-humor por causa do carro vai fazer com que você chegue no trabalho nervosa. Aí a recepcionista vai falar algo com você e você dá uma patada – claro, como poderia ser diferente. E aí você responde a um email com tolerância zero. Sua amiga te liga e você despeja nela sua lista de problemas. E assim por diante, até que, no fim do dia, você constata (ou não, o que não muda nada) que você não teve um dia feliz. E, o pior de tudo, com a sua energia pessimista, você contaminou milhares de outras pessoas – as que não estavam preparadas e com o corpo fechado, com certeza foram contaminadas e espalharam a energia ruim para muitas outras. Assim inicia-se um ciclo.

Mas o ciclo também pode ser do bem, quando você escolhe o caminho da luz em frente as dificuldades da vida. O carro ficou sem bateria – tudo bem, o que não tem remédio, remediado está. Você vai para o trabalho de ônibus apertado, mas em vez de reclamar, dá graças a Deus por não ter que depender do transporte público todos os dias. E aí do próprio ônibus, você liga para o seguro, que guinchará seu carro até a próxima mecânica. Pronto. Com um pouco de reflexão, você mais uma fez escolheu estar feliz. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Sua energia boa contaminará outras pessoas e, mais uma vez, inicia-se o ciclo – dessa vez, na luz.

Por isso, acredito que a busca pela felicidade seja eterna. Se felicidade nada mais é do que a feliz + idade, há somente um momento para sermos felizes – o de agora. O amanhã, ninguém sabe, e o ontem foi-se. E se é melhor ser alegre que ser triste, devemos ter como meta de vida buscar a felicidade em cada momento, em cada dia, em cada conversa. Ninguém disse que seria fácil, por isso afirmamos que ser feliz é pros corajosos. Pra aqueles gratos, que enxergam o valor dos presentes na vida. Uma borboleta que entra numa sala, pode ser para alguns um inseto horroroso e assustador e pra outros um sinal divino. Determina-se isso, através das bifurcações invisíveis da vida.E você pode terminar de ler esse texto achando que tudo isso foi uma grande babaquice, que você perdeu seu precioso tempo para ler um monte de blablabla, ou você pode terminar de ler e refletir sobre os fatos que te tocaram nele. Cada escolha, cada ato, cada palavra conta para montar a realidade dessa vida cheia de incógnitas. Afinal, a felicidade só é utópica, para quem não acredita nela.

DIZER “EU TE AMO”

Tem sempre aquele momento em que o “eu te amo” parece não dar mais conta do recado. Ele, no entanto, até um certo período da vida, cumpre maestralmente seu papel. Lembro-me claramente da primeira vez que pronunciei as três palavras que mais significam na vida – aquelas que todo mundo sempre busca ouvir. A gente estava naquela fase de início de namoro em que tinha que se lidar com a sensação de, de um dia para o outro, ver aquele ser como seu namorado. Ele mesmo, que até momentos antes do “eu não queria mais dividir você com ninguém”, era apenas mais uma pessoa, daquelas que fazem o coração bater mais rápido e que fazem surgir estranhamente uma revoada no estômago momentos antes de encontrá-lo. De repente, decide-se fazer um pacto com aquele ser – o “namora comigo” cria um laço, invisível, frágil, a nossa garantia que nada garante.

Passaram-se alguns dias desde a oficialização que nos transformava de duas pessoas que curtem trocar ideias e fluidos, para um novo casal com acordos e trocas. E aquele amor que surgia e que ia ganhando forma dentro de mim, queria sair. Eu já não sabia mais se os beijos apaixonados, os abraços de quebrar costela, as ligações para ver se você chegou bem, o brilho nos olhos e os cafés na cama simbolizavam todo aquele amor que crescia tanto dentro de mim e que precisava ser externalizado. A ingenuidade era tanta, que me fazia acreditar que o eu te amo saindo da boca traduziria tudo aquilo que surgia por dentro. Mas na hora de pronunciá-las pela primeira vez, as três simples palavras eu-te-amo, pareciam se perder na ponta da língua. Facilitei, então, o processo – encomendei no seu aniversário, uma caixa de chocolates no qual poderia pedir que gravassem uma letra em cada pedaço – não hesitei. Falei que te amava, pela primeira vez, da forma mais doce que conseguia – através de uma caixa de chocolate.

COMIGO MESMO…

Sei que o mundo me vê de maneiras diferentes… mas sei também que o que sou e o que tenho de melhor JAMAIS será compreendido por alguém que passe rapidamente por mim… ou que visite meu perfil e leia estas linhas… por mais que eu me esforce em mostrar… por mais que queira que saibam… por mais obvia que seja… somente o convívio mostrará a realidade….

Para compartilhar valores interiores é preciso tempo e disposição… tolerância, bom senso, abertura, etc, só assim conhecemos a alma e o verdadeiro caráter de alguém… mas nem sempre encontramos essa disposição no outro…. é mais fácil rotular… tirando assim conclusões apressadas… e erradas!!!!

Mas, felizmente existem aqueles que se dispuseram a me olhar por dentro e formar sua opinião dia-a-dia, convivendo pacificamente com meus erros e acertos sem julgamentos, pois têm a humildade de saber que ninguém é melhor que ninguém e que não estão em condições de atirar a primeira pedra… têm consciência dos seus próprios erros… e sabem que ainda vão errar muito.. e principalmente, que não são donos da verdade absoluta!!!

O que temos mais próximo disso existe guardado bem dentro dos olhos… e muuuuito longe das palavras… mas posso afirmar… verdades como estas… vindas da alma…. poucos vêm… pra isso é preciso muito mais do que querer… é preciso sensibilidade… coisa que poucos tem…

Paras essa pessoas que vêm minhas verdades da alma, não precisei falar uma única palavra sobre quem sou… ou em que acredito… ou do que mais gosto… nem me justificar…. nem explicar… nem provar nada… apenas compartilhar…a experiência da mulher… ou a agitação da adolescente, sonhadora, deslumbrada e falante que ainda existe por aqui… sabedoria… aprendizado… molecagem.. enfim… o que vier… coisas de amigos… de fé!!!!

…e sei que são esses os que, pelos motivos que só Deus sabe quais são, devem estar à meu lado nestes momentos onde a vida tem alternado, de forma constante, alegrias explosivas e dores profundas… são esses também, que nos momentos de fragilidade, mostram que ainda existe força aqui dentro, pra seguir em frente… e se não tiver mais nada… eles dividem o que tem comigo…São esses que me acompanham e se reconhecem em meus olhos… quando brilham… ou quando choram… seja como for, lá estarão eles, cheios de palavras de força e fé… oferecendo muitos ombros e abraços… e me mostrando a todo momento e com muito amor… que, como eles, sou imperfeita sim, mas sou amada, apesar de qualquer coisa e que, principalmente, não estou só!!!!

Com certeza Deus sabe o que está fazendo comigo e confio nos critérios e caminhos por onde Ele tem me conduzido…Por mais doloridos que sejam… sei que existe um motivo pra tudo ser como é… mesmo que eu ainda não compreenda… seja como for, nada mais posso fazer.. está além das minhas forças… por isso,de nada adianta falar… só seguir e confiar…

NÃO FOI POR ACASO

 

Quando descobrimos que na vida nada está errado, e sim existem estágios diferenciados, começamos a aprender com os nossos desacertos e acertos. Ficamos desta forma, lúcidos e menos comprometidos com as verdades dos outros. As pessoas que cruzam nossas vidas não o fazem por um acaso. Nada na vida é desta forma. Tudo, absolutamente tudo, somos nós que atraímos. Nosso cérebro é uma máquina de acertos e erros de tamanho incomensurável. Ele domina nossa vida. Ela vem dos valores que cremos certos para serem aplicados. Portanto, nosso acerto pleno sempre irá depender do que cremos e de como aplicamos nossa crença.
Hoje em dia, consigo com muito mais facilidade,  olhar para trás e perceber que as pessoas que temos que resgatar, de alguma forma retornam ao nosso convívio. É claro e obvio que muito tempo atrás eu chamava isso de coincidência. Hoje presto muita atenção, não apenas no reencontro, mas sim sobre a forma como este acontece e o que falo com quem está à minha frente. Nestas conversas, geradas pelos reencontros, existem informações preciosas que, antes deste meu momento, eu insistia em não ver. Por que não via? Porque seguia a verdade dos outros e esquecia de entender as minhas. Cada ser humano traz em si um aprendizado, um sinal e até uma cumplicidade.
Nada na vida deve ser desperdiçado, na realidade tudo é uma lição que se precisa assimilar, principalmente o que se repete, e muito mais ainda o que ecoa de ruim. Estas repetições, repito, são nada mais que um aviso de que precisamos prestar atenção. A vida é como um belo livro para ser interpretado.  Portanto, acerto pleno é de minha exclusiva responsabilidade. Não posso colocar nos ombros de outros o que de equivocado acontece comigo. Eu decido a minha vida. Eu sou o resultado de minhas opções, aceitas ou impostas. Desta forma, para acertar o futuro é preciso prestar muita atenção ao presente… Ele não tem este nome por acaso.

SAUDADES

Saudades não tem dia, não tem hora, lugar ou pessoa. Saudade a gente sente. É aquilo que dói e a gente não sabe explicar. É a tristeza repentina. É o brilho do saudosismo no olho.
É aquela lágrima involuntária que cai, sem a gente perceber. É o filme dos melhores momentos da nossa vida, que do nada aparece na nossa frente. É aquela cara de “ué” que a gente faz quando sente falta de alguém que nem lembrava mais.
É o sorriso no canto da boca que se abre quando você lembra de algo. É o sorriso escancarado que se abre quando alguém fala o nome. É a felicidade da criança interior e do “eu lembro!” quando alguém fala algo da infância.
É a vontade de abraçar, de estar perto novamente; de atravessar o mundo pra que isso aconteça. É desejar ter aproveitado melhor o tempo, ter abraçado, beijado, andado de mãos dadas e dito: “Eu te amo”. É a falta dos ensinamentos, do orgulho estampado no rosto de outrem, sem que ele peça nada em troca.
É o vazio, que dói no fundo do estômago ao lembrar de quem já não está mais nesse mundo, mas que, lá de cima, ainda cuida da gente. É fazer as coisas pensando em: “nossa, ele(a) ia se orgulhar de mim”.
É o choro do abandono. É o molhar o travesseiro de lágrimas porque alguém não lembra mais de você. É o orgulho ferido em não admitir: “Vem cá seu (sua) idiota, eu gosto de você”.
É querer voltar a ser criança, voltar a escola, voltar a brincar. É assumir que cresceu rápido demais. É não querer mais as responsabilidades de gente grande. É querer que “gente grande” volte a ser criança.
É querer os(as) melhores amigos(as) por perto sempre. É relembrar de tudo o que já fizeram juntos e rir sozinho, andando na rua de cada momento e desejar que tudo voltasse, pelo menos mais uma vez.
É o não conseguir respirar quando a mensagem que chega não é dele(a). É a frustração de procurar em todos os cantos e não achar; de querer encontrar, tocar, abraçar e só em um olhar resolver tudo… Ah matar as saudades…
É ficar horas e horas pensando nos momentos, relembrando diálogos, abraços, passeios, beijos e olhares. É abrir aquele sorriso bobo na música favorita. É fazer cara de idiota quando ele(a) passa, te vê, mas não te enxerga. É querer fazer tudo de novo; fazer tudo novo. É pedir perdão, assumir a saudades e todo o sentimento que fica guardado, transborda e não cabe na gente. É o momento que a gente pensa: “E se eu tivesse feito diferente? Se eu tivesse dito que gostava dele(a)? E se? E se?”… A saudade e os “e se” da vida.
É olhar para trás e dizer: Valeu a pena. É olhar as pessoas e saber: Você marcou a minha vida, não saia dela nunca mais; volte de vez em quando, que você será bem vindo, sempre.

O SEU SILÊNCIO

Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala. Simples, rápido! E quanta força! Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega, um encontro onde nenhum dos dois abre a boca, um post sem resposta.  Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, desprezos, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim. É sempre preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: “Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!”  É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro. É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz. O único silêncio que perturba, é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há emails na caixa de entrada, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim, você entende a mensagem.